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Foto do escritorPam Ribeiro

O que há atrás da porta?

A validação nas relações amorosas e interpessoais.


"Dei pra maldizer o nosso lar

Pra sujar teu nome, te humilhar

E me vingar a qualquer preço

Te adorando pelo avesso

Pra mostrar que ainda sou tua

Até provar que ainda sou tua"


Atrás da Porta - Chico Buarque


Pensando sobre relacionamentos e o desaprender relações amorosas, me caiu no colo o tema VALIDAÇÃO. O quanto estamos suscetíveis há tal movimentação? Eu lembro da Pamela, lá pelos seus 20 e poucos anos, apaixonada, viciada em amores inconstantes, em busca de carinho, em busca de aprovação, em busca de si, e hoje eu entendo que aquela garota estava buscando ser livre a partir do outro, (que erro, não?).


Lembro o quanto dentro dessas relações furtivas eu me colocava à disposição deles, entregava cada pedacinho de mim, cada parte que pudesse, e esperava de volta essa mesma entrega, e não tinha. Muitos se utilizaram de bom proveito do que foi dado, outros, realmente não tinham a intenção, e hoje eu entendo.


(Por isso é tão importante a comunicação sem ruídos durante as relações que nos metemos).


O mínimo disso, e já era! O castelo desmoronava.


E quando o castelo desmoronava, eu me via rejeitada, maltratada, colocada como uma segunda parte, não tendo a validação "positiva", digamos assim. Deste modo, buscava meios de chamar a atenção, mesmo que de forma "negativa" para ter essa validação. Me humilhava, xingava, repudiava o movimento do outro, sem perceber que aquilo só me afastava mais e mais de uma vivência afetiva que fosse harmônica.


Hoje escrevendo aqui, vejo que o processo de validação ele vem relacionado a diversos temas, um excesso de expectativa, idealização, projeção, e claro, o medo da rejeição.


Sei que falamos sobre validação como o ponto de "olha o quanto eu faço para agradar a todos, me dê o meu prêmio", mas precisamos pensar no outro lado disso. A validação que vem diretamente relacionada à "já que você não dá valor para o que eu faço, eu vou te provocar até não poder mais, até que me enxergue". E aí, há muito de negligência com nós mesmos, há muito de afastamento com as possibilidades de conhecer algo melhor e maior que esteja realmente de acordo com a nossa verdade.


E eu fui essa pessoa, então, tive que lidar e aprender que esse caminho não é saudável estando do outro lado. O que quero dizer? Ah... Aquele famoso "pimenta nos olhos dos outros é refresco", até ir no seu. Daí o que se gera disso beira a violência moral, qualquer conduta que configure calúnia, difamação e relacionados sobre você.


Não sinto raiva, não acho também que fui punida pelo o universo, essas questões quando nos são mostradas é para nos faça encarar as pessoas como o que elas realmente são. Pessoas.


Tendo a ser compreensível dentro dos percalços que me são apresentados, não que eu ame passar por incômodos para tirar uma conclusão deles, mas, não há como não dizer que são nesses que mais me reconheço, e vou de encontro a uma relação genuinamente mais leve comigo mesma.


Sendo assim, escrevo esse texto para mostrar os dois lados, me abrir enquanto pessoa, a de quem quis muito validade para se sentir viva, esquecendo que para isso o mais importante é se olhar no espelho e acolher a própria alma ferida, cuidar dela, acolhe-la, e não ter vergonha dos próprios erros, assim como o outro lado, que sobre com a busca de validação externa, entendendo que um dia pode ser você, não somos perfeitos e ainda bem que não.


O fato é que de ambos, autocrítica e autorresponsabilidade são ouro.


Eu espero que você também alcance essa percepção, se respeitando sempre!


Me acompanhe nas redes sociais > @abruxapreta


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