Quando me determino como bruxa marginal, veja, eu sinto como algo redundante, pois toda a história da bruxaria, das bruxes, vem de um contexto de marginalização. Acredito que talvez, tudo seja sobre reforçar a ideia, de onde viemos (e para onde iremos). Oferecer meus ensinamentos, as cartas, os banhos, as poesias, me é sobre libertação.

Se engana aquele que não vê magia nesses escritos, pois existe, existe e muito! A palavras têm força em alterar até mesmo padrões energéticos. Por isso, tenho escrito muito, para nos curarmos. Falando por aquelus que outrora não puderam falar.
Mas, para além disso, é preciso deixar claro que BRUXARIA É POLÍTICA. É sobre a desvinculação com um sistema capitalista, ocidental, colonizador e eurocêntrico. Que nos afasta dos nossos conhecimentos mais profundos, pois este afastamento é rentável. Não saber sobre si, de maneira holística, é vantajoso para quem está lá cima.
Por isso, repito, que muito além dos cristais, dos banhos de ervas, meditações, e cartas, a bruxaria é sobre a forma que nós encontramos para reintegrar nossas práticas em uma sociedade patriarcal complemente adoecida que não se sustenta mais.
Dica de leitura, Mulheres E Caça As Bruxas por Silvia Federici, Fogo No Mato: a ciência encantada das macumbas por Luis Simas e Luis Rufino, Eu, Tituba, Bruxa Negra em Salém de Maryse Condé.
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