A imagem da bruxa, ao longo dos séculos, foi moldada pela sociedade, muitas vezes baseada em estereótipos gerados pelo cristianismo e pela cultura popular. Mas, a essência dessa figura vai muito além dessas representações deturpadas. Ela é profundamente disruptiva na história da espiritualidade e da sociedade.

A bruxaria não se encaixa nas normas preestabelecidos, ela desafia o status quo e questiona a autoridade institucional. Ela é alguém que se recusa a ser domesticada e controlada, optando por trilhar seu próprio caminho espiritual, mesmo quando isso a coloca à margem da aceitação social.

A feitiçaria, não se manifesta apenas em rituais grandiosos ou em ferramentas elaboradas. Pelo contrário, a magia está nos detalhes da vida cotidiana, reconhecendo que cada ação, pensamento, escolha é uma oportunidade de manifestar sua vontade e intenção no mundo.

Assim, ela entende que a magia está presente nas interações mais simples, nos gestos mais comuns. Sabendo que, a mesma, se revela nos cuidados com as plantas na janela, nas palavras sussurradas ao vento, na conexão com os ciclos naturais, no respeito aos ancestrais e no apoio à comunidade.

Essa abordagem marginal da bruxaria desafia a ideia de que a espiritualidade deve ser separada da vida cotidiana. Pelo contrário, ela reconhece que a espiritualidade é uma parte intrínseca de quem somos, não algo que podemos simplesmente colocar de lado.

Portando, entenda: a bruxa é a guardiã da margem, daqueles que não se encaixam, e é nessa margem que florescemos